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Por que você deve visitar a Chesf em Paulo Afonso
Escrito por Vaneza Narciso | Atualizado em:
Visitar a Companhia Hidrelétrica do São Francisco é o ponto alto do nosso roteiro pela cidade de Paulo Afonso. A construção da usina foi a propulsora do crescimento da cidade que recebe o título de terra da energia e é privilegiada com paisagens maravilhosas do Cânion do São Francisco. Fizemos esta visita com o nosso amigo Francisco, aposentado pela Chesf e que participou na construção da usina. Confira alguns dados que fazem da CHESF uma das maiores geradoras de energia do mundo!
Primeira empresa pública de eletricidade do país, a Chesf surgiu com o objetivo de promover o aproveitamento do potencial energético da cachoeira de Paulo Afonso, situada no rio São Francisco entre os estados de Alagoas e Bahia. Esse potencial já era conhecido desde os tempos de Delmiro Gouveia, famoso industrial nordestino que ali instalara em 1913 uma pequena usina para movimentar sua fábrica de fios e linhas.
Usina de Angiquinho em Alagoas
local onde Lampião se escondia
Em abril de 1944, Apolônio Sales, ministro da Agricultura, aproveitou a ideia de Delmiro Gouveia e encaminhou ao presidente Getúlio Vargas o anteprojeto de criação da Chesf, justificando o empreendimento como obra-chave para o desenvolvimento do Nordeste. Apolônio Sales também frisou a necessidade de deter o acelerado desequilíbrio entre o Nordeste e o Sudeste como um “imperativo da unidade nacional”. Seu plano original previa o aproveitamento múltiplo das águas do São Francisco, associando a produção de energia a projetos de irrigação e navegação, como vinha sendo feito nos EUA pela Tennessee Valley Authority (TVA).
Ponte Pênsil, palco da novela Senhora do Destino
Por meio de Decretos, o presidente Getúlio Vargas, promoveu a organização da empresa, abriu crédito especial para subscrição de suas ações e fixou suas atribuições e obrigações como concessionária de energia elétrica.
Em 1962, Apolônio Sales assumia a presidência da CHESF. Nesta ocasião, a empresa receberia um considerável aumento do seu capital, por intermédio da ELETROBRÁS, que se destinava a ser a holding das principais empresas de geração de energia elétrica do País. Com a reorganização da Eletrobras anunciada em 23 de março de 2010, a Chesf é a única do grupo que não adota o prefixo Eletrobras . Mas se fortalece e faz parte do conglomerado de empresas do governo com o intuito de expandir os negócios de energia a outras nações.
primeiro local de administração da Chesf
A Chesf recebeu concessão pelo prazo de 50 anos para efetuar o aproveitamento industrial progressivo da energia hidráulica do São Francisco no trecho compreendido entre Juazeiro (BA) e Piranhas (AL), bem como autorização para fornecer energia elétrica em alta tensão aos concessionários de serviços públicos de uma ampla região do Nordeste e, respeitados os direitos de terceiros, realizar a distribuição direta de eletricidade.
mais de 65 metros de profundidade que dão acesso ao local de turbinas
túnel escavado naquela época sem as tecnologias de hoje
abaixo deste piso há turbinas que fazem parte do processo de geração de energia
pintura em dos halls de entrada que exemplificam o processo de geração de energia através da força da água
A área de atuação da companhia foi delimitada por um círculo de 450km de raio em torno de Paulo Afonso, abrangendo 347 municípios dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, que somavam 516 mil km², situados em grande parte no Polígono das Secas. Em 1970, o raio de extensão da CHESF já se estendia por 700 km, tendo o seu centro em Paulo Afonso, e o sistema contava com 115 subestações e uma rede de transmissão que ultrapassava 10.000 km.
A sede da Chesf funcionou no Rio de Janeiro até 1975, sendo então transferida para Recife.
acima deste túnel é tudo água
que deságua por aqui
O Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso é formado pelas usinas de Paulo Afonso I, II, III, IV e Apolonio Sales (Moxotó), o Complexo produz 4 milhões, 279 mil e 600 kW. Sendo assim, o Complexo de usinas de Paulo Afonso tem a terceira maior capacidade instalada dentre as usinas do Brasil, perdendo apenas para Belo Monte (11.233 MW) e Tucuruí (8.000 MW), já que Itaipu com 14.000 MW é binacional (Brasil/Paraguai).
Fonte: site da Chesf
Usina Paulo Afonso I
A Usina Paulo Afonso I é constituída de 3 unidades geradoras acionadas por turbinas Francis, com potência unitária de 60.000 kW, totalizando 180.001 kW.
A energia gerada é transmitida por uma subestação elevadora com 09 transformadores de 22,5 MVA cada um, que elevam a tensão de 13,8 kV para 230 kV. A partir desse ponto é feita a conexão com o sistema de transmissão da CHESF através da Subestação Paulo Afonso – 230 kV.
Usina Paulo Afonso II
A Usina Paulo Afonso II é constituída por 6 unidades geradoras acionadas por turbinas Francis, sendo 2 unidades com potência unitária de 70.000 kW, 1 unidade com potência unitária de 75.000 kW e 3 unidades com potência unitária de 76.000 kW, totalizando 443.000 kW.
Usina Paulo Afonso III
A Usina de Paulo Afonso III possui 4 unidades geradoras acionadas por turbinas Francis, com potência unitária de 198.550 kW, totalizando 794.200 kW.
A energia gerada é transmitida por uma subestação elevadora com 12 transformadores de 80 MVA cada um, que elevam a tensão de 13,8 kV para 230 kV. A partir desse ponto é feita a conexão com o sistema de transmissão da CHESF através da Subestação de Paulo Afonso – 230 kV, donde partem 04 circuitos de LT’s – 230 kV para o Sistema Regional Sul (Salvador), 04 circuitos de LT’s – 230 kV para o Sistema Regional Leste (Recife), 05 circuitos para o Sistema Regional Norte (Fortaleza) e uma interligação com a SE – Paulo Afonso IV – 230/500 kV, constituindo-se assim no principal nascedouro dos corredores de linhas de transmissão do Sistema CHESF.
vista desde o coreto do Belvedere
Usina Paulo Afonso IV
Esta usina recebe água do reservatório de Moxotó através de um canal de derivação. A água turbinada em conjunto com a água turbinada em Paulo Afonso I, II e III, segue pelo canyon para a Usina de Xingó.
Possui casa de máquinas do tipo subterrânea com 6 unidades geradoras cada uma, com capacidade nominal de 410.400 kW, totalizando 2.462.400 kW.
A energia gerada é transmitida por uma subestação elevadora, com 18 transformadores monofásicos de 150 MVA cada um, que elevam a tensão de 18 kV para 500 kV.
Maior usina subterrânea do país, Paulo Afonso IV foi inaugurada em 1979, demorando mais quatro anos para completar sua capacidade total de 2.460 MW. O aproveitamento dispõe de um pequeno reservatório de compensação ligado ao lago de Moxotó por um canal escavado na rocha com cerca de 5 km de extensão.
Usina de Apolônio Sales
A Usina Apolônio Sales localiza-se cerca de 3 quilômetros a montante da barragem Delmiro Gouveia, de modo que a água turbinada em suas máquinas, aciona também as Usinas de Paulo Afonso I, II e III. O reservatório de Moxotó fornece a água necessária ao acionamento da Usina de Paulo Afonso IV, que se situa em paralelo ao mesmo.
Possui uma casa de força com 4 unidades geradoras, acionadas por turbinas Kaplan, cada uma com 100.000 kW, totalizando uma potência instalada de 400.000 kW.
A energia gerada é transmitida por uma subestação elevadora com 06 transformadores de 80 MVA que elevam a tensão de 13,8 kV para 230 kV.
As Usinas Paulo Afonso I, Paulo Afonso II e Paulo Afonso III estão em um mesmo represamento, constituído de uma barragem do tipo gravidade em concreto armado, com altura máxima de 20 m e comprimento total da crista de 4.707m.
grande Franscisco!!!
Nosso amigo Francisco começou a trabalhar na Chesf na década de 70 na construção da PA III. Ele veio de Alagoas e junto com um amigo venderam duas galinhas para chegar em Paulo Afonso. A Chesf contratava muitas pessoas, mesmo sem nenhuma experiência, eram fichados (contratados) para qualquer atividade. Hoje para trabalhar na Chesf só através de concurso que são bem escassos.
esta frase resume a criação da Chesf
A construção das usinas de Paulo Afonso, começam em 1948 e ao ouvir as experiências de Sr Francisco fiquei pensando em quantas pessoas morreram trabalhando nas obras, visto que naquela época, embora existissem as leis de segurança no trabalho, previstas no Capítulo V da Constituição, não havia fiscalização e normas que regulamentassem sua aplicação. Foi por intermédio da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, que aprovou-se as Normas Regulamentadoras. Esta mesma Portaria estabeleceu que as alterações posteriores das NR seriam determinadas pela Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, órgão do atual Ministério do Trabalho e Emprego. Assim, achamos interessante e louvável as placas de parabenização aos funcionários desta que é uma das maiores Companhias de energia do mundo.
Basta ir ao Núcleo de Atendimento ao Turista, ou consultar a recepção de seu hotel. No post sobre Paulo Afonso deixei uma lista de várias agências que fazem este passeio.