Uma das regiões mais visitadas de Paris é Montmartre e o ponto alto deste passeio é aquela vista de Paris, aos pés da Basílica Sacré Couer, que enche os olhos de alegria. Mas, e se estiver chovendo ou fazendo frio? Vai com chuva e frio mesmo costurando este roteiro pelos lugares mais atraentes de Montmartre.
Como dizia Van Gogh, Paris tem uma atmosfera cinza. De fato, já fui a capital francesa quatro vezes, nos últimos sete anos, e em diferentes estações (primavera, verão e inverno) e sempre chove. Então, seja um turista flexível e adaptável.
Nosso passeio por Montmartre em Paris começa pelo metrô Abbesses, que por sinal, tem uma escada beeemmm longa em formato helicoidal, portanto para fugir desta escada, pegue o elevador.
Mas o que significa Montmartre?
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Montmartre significado
Monte Martre (Montmartre) é um bairro boêmio da cidade de Paris, na França. É uma colina destinada a lugar de culto na época dos gauleses. Deve seu nome, provavelmente, aos inúmeros mártires cristãos que foram torturados e mortos no local por volta do ano 250. Consagrada a São Dionísio, tornou-se, na Idade Média, um lugar de peregrinação.
Então, vamos ao nosso passeio em Paris embaixo de chuva mesmo?
Montmartre em Paris – principais pontos de interesse
Este roteirinho foi costurado partindo da Estação de metrô Abbesses e terminando na Estação Anvers. Assim, o tecido é representado pelas histórias e curiosidades de Montmartre. A linha seria as belas ruas, edifícios e praças do bairro. A agulha representa o olhar do observador (visitante). Já a mão que conduz este olhar, é o desejo de aprender e provar este roteiro, mesmo sob uma chuva fina e gelada.
Le mur je t’aime – Muro Eu te amo em Paris
Embora esteja atrás da Estação Abbesses, infelizmente não percebemos. Portanto, fique de olho!
Rue des Abbesses
Já foi rue de la Cure e rue de l’Abbaye, mas um decreto de 26 de fevereiro de 1867 lhe deu o nome atual em homenagem as abadessas da Abadia de Montmartre fundada por Louis le Gros em 1155.
Place Émile Goudeau
Émile Goudeau foi um jornalista, romancista e poeta francês. Ele foi o fundador do clube literário Hydropathes.
Ao mesmo tempo em que admiramos a Place Èmile Goudeau e o cruzamento da Rue Ravignan com a Rue des trois fréres, sentimos preguiça de atravessar a praça e subir em direção a Rue Lepic. Mas ao costurar o roteiro, me esqueço que Montmartre é uma colina. Pois bem, não há como cortar a linha, vamos subir e continuar costurando nosso trajeto.
Rue Lepic em Montmartre
Como já observado, a tecnologia nos ajuda a traçar caminhos, mas a vida real nos reserva surpresas e chegando à Rua Lepic nos deparamos com o Moulin de la Galette.
Moulin de la Galette
Uma antiga fábrica de farinha que foi comprada, em 1809, pela família Debray que ali passou a produzir gallettes (panquecas) com farinha de centeio. A casa viveu momentos gloriosos e dramáticos. Foi um marco nas lutas patrióticas, recebeu espetáculos e acolheu muitas celebridades. Em 1958 é listado como monumento histórico sendo o último moinho em funcionamento de Paris.
Le Passe Muraille
É uma estátua localizada na Place Marcel Aymé e foi feita pelo ator Jean Marais, em 1989 como homenagem ao trabalho do escritor Marcel Aymé. No conto “Le Passe Muraille” o personagem principal tem o poder de atravessar paredes até que um dia ele vai ao encontro de uma bela mulher e fica preso na parede.
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Rue Girardon
A ideia do roteiro era dar uma volta pela Avenue Junot e passar pela Square Joel le Tac, mas como dito, a chuva nos desanimou a fazer isto. Então, adaptamos o roteiro e seguimos para a Place Dalida através da Rue Girardon.
Place Dalida em Montmartre
Em 1962, a cantora Dalida muda-se para Montmartre instalando-se na rua Orchampt. Fragilizada pela perda de entes queridos, Dalida se matou em sua casa em 1987 e foi enterrada no cemitério de Montmartre. Assim, no décimo aniversário de sua morte, Montmartre homenageia Dalida com um busto feito pelo escultor francês Alain Aslan.
Ah, uma informação interessante: Dalida, cujo nome verdadeiro é Yolanda Gigliotti, é de origem italiana e nasceu no Egito!
Rue l’Abreuvoir
Aqui a costura do roteiro ganha mais vida e cor (mesmo com a atmosfera cinza daquele dia, rsrs). Pois a Rue l’Abreuvoir é uma das ruas mais lindas de Montmartre, creio que pela seu calçamento, sinuosidade, elevação, casarios ou a visão da cúpula da Sacre Couer. Bom, não sei ao certo, porém era a rua tão aguardada neste passeio.
Subimos a rua, saltitantes e sob a chuva, gravando aquele momento e de repente estávamos defronte a La Maison Rose.
La Maison Rose
Aberto por Germaine Pichot em 1905, este restaurante foi frequentado por muitos artista da época e em 2017 foi adquirido por uma nova equipe. Mas estava fechado quando passamos lá pela manhã. Caso deseje conhecê-lo, acesse o site do restaurante.
Rue des Saules
Depois da Maison Rose, subimos a Rue des Saules e começamos a ouvir burburinhos, muita movimentação. Percebemos que deixamos para trás a calmaria de Montmartre e chegamos ao coração do bairro.
Caso você tropece na Rue Norvins, é bem provável que caia num restaurante ou numa loja de lembrancinhas. E mesmo com chuva os pintores de retratos estão na Place du Tertre. Daí, seguindo pela Rue Azais, enfim, chegamos aos pés da Sacre Couer.
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Montmartre em Paris e a Basílica Sacre Couer
É uma igreja católica de arquitetura romana e bizantina. Foi uma promessa de Alexandre Legentil e Hubert Rohault de Fleury caso a França sobrevivesse as investidas alemãs na guerra franco prussiana em 1870.
A basílica está construída em pedra de travertino obtida no Château-Landon (Seine-et-Marne), na França. Por isso, sempre vemos a Sacre Couer branquinha, pois esta pedra constantemente dispersa cálcio, o que garante a cor branca da basílica mesmo com as chuvas e a poluição.
Montmartre é uma das melhores vistas de Paris
Este roteiro é como aquela roupa sob medida, que provamos e aprovamos e agora rodopiamos no salão feliz da vida, pois nos caiu super bem. Por analogia, este salão nada mais é que o Parvis du Sacre Couer, de onde avistamos boa parte da cidade e o melhor, é grátis!
Mas nem tudo é lindo quanto parece, neste lugar vemos muitas pessoas maldosas aplicando golpes em turista. Via de regra, não dê atenção a nenhum! Simples assim, pois se você cair num “golpe” é por que você quis (desculpe-me a grosseria).
Utilizamos o cartão Navigo Decouvert para descer pelo funicular (que por sinal adverte acerca da existência de batedores de carteira ou pickpocket) e seguimos pela Rue des Steinkerque.
Então, quase no final do roteiro, resolvemos comprar uma sombrinha. Sim, o tempo nos obrigou a comprar algo que se converteria numa lembrancinha depois. Mas observe que a Rue des Steinkerque é repleta de lojas de souvenires, uma ao lado da outra.
Porém, tem algo que você não pode deixar passar batido:
Esta é a loja de chocolates Maison George Larnicol considerado o melhor chocolatier da França (meilleur ouvrier de France). De fato, além da loja ser linda e os produtos maravilhosos, há uma réplica, de mais ou menos uns 2 metros de altura, da Torre Eiffel e da Notre Dame toda em chocolate. Entretanto muito cuidado com as kouignettes, simplesmente viciantes!
Você pode costurar este roteiro pelo avesso, começando na Estação Anvers (quase aos pés da Basílica) e terminar na Estação Abbesses, pois ele é dupla face. No entanto, faça-o com calma e perceba os detalhes desta bela estampa que é Montmartre.
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1 comentário em “Montmartre em Paris – roteiro do metrô Abbesses ao metrô Anvers”
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