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Xique Xique: visite a Feira e faça um passeio de barco incrível!

Xique Xique: visite a Feira e faça um passeio de barco incrível!

Escrito por Vaneza Narciso | Atualizado em:

Mais uma cidade baiana que nos reserva boas surpresas. Geralmente são cidades que ficam lá na dela, quietinha, de preferência na beira do rio, vendo o tempo passar mas que tiveram (e tem) uma importância histórica enorme. A questão é que muita gente desconhece as belezas que estes lugares carregam. Sentimos isso quando visitamos Cairu, Barra, Canudos e agora Xique Xique.


Xique Xique fica a 587km de Salvador e gasta-se entorno de 7h de viagem de carro.

  • de carro saindo de Salvador: BR 324, BA 052 (Ipirá);
  • de carro saindo de Barreiras: BR 242, BA 161 antes de Ibotirama, travessia de balsa em Barra, BA 160 e BA 052;
  • de ônibus saindo de Salvador:  Viação Cidade Sol ( veja também saídas de Feira de Santana).

O nome da cidade origina-se de um cacto muito comum na região chamado xique xique. Vimos muito deste cacto em Morro do Chapéu. A povoação começa com a fazenda do Cabo da Ipueira. Depois vieram os garimpeiros da Serra do Assuruá que se instalaram na Ilha do Miradouro. Com o tempo surge uma capela, o povoado vira freguesia, e vai crescendo com a movimentação de ouro e pedras preciosas. Conforme pesquisa na Wikipedia, Xique Xique ganhou o título de cidade em 1928. 
Em 7 de agosto de 1867, o estudioso e aventureiro inglês sir Richard Francis Burton começou sua viagem explorando as terras mineiras a partir do Rio das Velhas e adentrou o Rio São Francisco e inclusive passou por Xique Xique e ficou impressionado com o potencial de desenvolvimento econômico da localidade. 

Para quem conheceu a cidade de Barra, não espere muito de Xique Xique que fica devendo no quesito beleza arquitetônica e limpeza. Porém, não vamos nos concentrar no que a cidade não tem, vamos explorar o que a cidade tem de bom. Chegamos à cidade por volta do meio dia e a movimentação era grande pois era dia de feira (numa sexta-feira). Estávamos empolgados em conhecer a feira, mas nenhuma novidade. Talvez por ser no mês de Janeiro, os fregueses e  os comerciantes estavam em ressaca das festa de final de ano. Mas exploramos um pouco das ruas próximas ao Mercado São Francisco e demos uma olhada no cais da cidade.

Pequi e a feira próximo ao Cais

No outro dia, embarcamos com o Senhor Reginaldo, nascido e criado nesta cidade. A barca era a Souza Linda. Sim, uma linda barca. As barcas tão famosas que embelezam os rios e canais da região. Saímos as 8h da manhã, da casa de Sr Reginaldo em direção a um pequeno porto, próximo ao Parque Aquático Ponta de Pedras de Xique Xique. Sim, há um parque aquático nesta cidade, rsrs. Ajeitamos as coisas no barco e zarpamos da Lagoa Ipueira, uma lagoa com 12 km de extensão. O barco segue e nosso olhar vai contemplando o cais de Xique Xique. Um cais mal tratado e aparentemente perigoso e que deveria ser um dos mais bonitos da região. Me pergunto o porquê destes locais, de chegada e saída, das cidades ribeirinhas, serem tão desprezados, quando deveriam dizer: Seja Bem- Vindo. O que se destaca neste momento, são as barcas que na popa levam o nome da cidade de Bom Jesus da Lapa, uma cidade baiana, sede da capitania dos portos a qual as embarcações desta  região estão subordinadas.

Cais de Xique Xique

Parque Aquático Ponta de Pedras

O passeio segue ao som do motor do barco tripulado pelo filho do Senhor Reginaldo. Sim, tivemos o privilégio de fazer o passeio na companhia de sua família que incluiu, a esposa, a neta e o filho. Saindo da Lagoa Ipueira, sr Reginaldo nos mostra a Ilha do Miradouro que possui uma igreja histórica e reformada, a Igreja de Santana. Não vimos a Igreja, mas fica como sugestão para um próximo passeio. Adentramos o Canal do Guaxinim que liga a Lagoa de Ipueira ao rio São Francisco.

Canal do Guaxinim

Olhando no mapa abaixo entendemos a geografia do local e como fizemos o passeio. Aqui você encontra devidamente marcados os seguintes locais: o Porto de Xique Xique, Canal do Guaxinim, Povoado Passagem e as Dunas da Geléia que nós visitamos quando estávamos em Barra:

Depois de uns 20 minutos, encontramos o Rio São Francisco. Sua importância para o Brasil vai além do seu tamanho. Estranhamos a cor da sua água, talvez esteja refletindo a situação brasileira: barrenta. Quando penso no São Francisco me vem à mente, suas águas de cor esverdeada como as que vi em Dunas do Velho Chico ( Casa Nova/Ba), assim estranhamos ver as águas tão barrentas. Mas dizem que há um bom motivo para isso. São as chuvas próximas a cabeceira do Rio. E de fato, tem chovido nos últimos tempos aqui na Bahia, inclusive no Sertão e Vale do São Francisco. 

Pra que serve o Rio? Pra tudo …

Aprendemos também sobre o defeso fluvial ( pois é, existe o defeso marinho e o oceânico) que ocorre de Novembro a Fevereiro. É o defeso da piracema (subida dos peixes para reprodução). E por força de lei, o IBAMA restringe a pesca e a venda do pescado na bacia e nos reservatórios do rio. A restrição abrange os Estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Distrito Federal. Só é permitida a pesca de 5kg por pescador para consumo próprio. E por força de lei também, o governo libera a famosa indenização do defeso para quem é pescador(a) devidamente cadastrado. O valor pago pelo governo é de um salário mínimo por mês. No entanto, há aqueles que não respeitam a lei e pescam com rede e tudo mais. Porém, nesta época é muito difícil encontrarmos peixes como o surubim e o tambaqui nos restaurantes e feiras das cidades ribeirinhas.
Carnaúbas… muito comuns nesta região

Depois desta aula de política social e ambiental, chegamos ao nosso destino: Povoado Passagem. É só olhar na mapa que coloquei acima que você descobre onde fica.

A princípio pensei que era uma ilha, mas não é. É apenas um povoado bem afastado e que esconde um trabalho primoroso: trabalho artesanal de cerâmica. Encontramos duas ceramistas, dona Dilma e a Rê. Eles fazem as peças com cuidado, amor e muita desenvoltura. Infelizmente não havia peças para venda naquele momento. Futucando de um lado e do outro, a Rê me deu um vaso e uma galinha de barro.
Elas fazem as peças sob encomenda para vender em feiras de artesanato da região. Pensar que um turista irá até este povoado para comprar alguma peça, é uma ideia remota. Porém isto não é verdade, há pessoas que vão sim até lá para comprar cerâmica e há pessoas interessadas nestes produtos. Por tanto, é uma questão de valorizar o próprio trabalho e ter sempre uma peça para venda imediata. O valor de venda é outro ponto que deve ser repensado, para que não assuste os clientes.
A caminho do povoado… mais ou menos 10 minutos andando

paisagem do sertão

povoado de Passagem, pertence a cidade de Barra

Povoado de Passagem

Após conhecermos este trabalho lindo, voltamos para Xique Xique, mas antes tivemos uma, aliás, duas experiências muito especiais. Uma foi comer peixe frito (mandim) dentro do barco, e a outra, foi tomar banho no Canal do Guaxinim. Pura diversão! De Xique Xique, seguimos para Morro do Chapéu que será nosso próximo post.

mandim frito

banho no Canal do Guaxinim

a honra de conhecer esta linda família

Para contratar o passeio e saber detalhes fale com o Sr Reginaldo074 99962-0729.
Consegui o contato através da filha dele, a Priscila que tem uma página no facebook muito linda, Porque você deve conhecer Xique Xique e Região.


Assista no vídeo abaixo o trajeto pelo Rio São Francisco:

A oferta de hospedagem em Xique Xique é proporcional ao tamanho da cidade, pequena. As opções que se destacam:
Hotel Carranca Grande- (74) 3661-5350
Hotel J Macedo- (74) 3661-2159
Pousada do Léo- (74) 98803-5988
Pousada do Paiva- (74) 3661-2166

Escolhemos o Hotel J Macedo. Boa infra estrutura que atendeu bem às nossas necessidades. O café da manhã variado e saboroso. Em virtude das construções de torres eólicas nesta região, os hotéis podem lotar rápido.

Em frente ao Hotel J Macedo há várias opções de churrascarias e restaurante de comida caseira. Optamos pelo Restaurante Murão administrado por Dona Cida. Como chegamos depois do horário do almoço, a comida não estava lá tão boa. Pedimos uma feijoada que veio quase sem carne alguma. A noite, há muitos bares abertos na rua principal, optamos por um espetinho que fica numa esquina, mas não lembro o nome e que ao lado tem uma padaria.

A Bahia vai muito muito além de Porto Seguro, Morro de São Paulo e Praia do Forte. Estas são apenas as beiradas da nossa cultura. Literalmente, as beiradas. Existe uma Bahia produtiva, de geografia única, cheias de preciosidades e de pessoas guerreiras. Existe uma Bahia fora da mídia, mas que representa a realidade brasileira. Uma Bahia que quebra nossos paradigmas, derruba nossos pré conceitos e que nos mostra o outro lado da moeda. Uma Bahia que quanto mais desbravamos, mais questionamos e nos indignamos. Mais perguntamos e poucas respostas encontramos. Aliás, existe uma Bahia que nos cala e nos faz ouvir mais. Que nos coloca na posição de eternos alunos. Uma Bahia que nos entristece e aos mesmo tempo nos apaixona. Existe uma Bahia que te faz pensar: como eu nunca soube disso?!! Por tanto, conheça mais a Bahia!
Sobre a segurança: ser precavido e se informar sempre antes de ir.

Salvador a Recife de carro ( inclui Alagoas e Sergipe)
Salvador a Caraíva de carro ( inclui Barra Grande, Canavieiras, Arraial d’Ajuda)
Salvador a Canudos de carro ( inclui Caldas do Jorro)
Salvador à Chapada Diamantina de carro ( inclui Ibicoara e Lençóis)
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