Apesar da grande comoção com o incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro em Setembro de 2018. o que se revelou foi o lado hipócrita da população e de descaso dos orgãos públicos em relação aos patrimônios artísticos e culturais do nosso país. Ao passo que você ler este post sobre o patrimônio artístico e cultural da Bahia, pergunte-se: quando foi a última vez que eu fui ou levei minha família ao museu da minha cidade?
Já tivemos o privilégio de descobrir lugares de grande importância histórica aqui na Bahia. Um dia fomos conhecer o Parque Histórico de Castro Alves, em Cabaceiras do Paraguaçu. Conhecemos a história e obras do poeta Castro Alves e apreciamos o Rio Paraguaçu.
De passagem pela BA-001, vindo de Boipeba, fomos conhecer o Paço Municipal de Jaguaribe e o píer. E não perdemos a oportunidade de saborear uma moqueca de aratu no Bar da Angélica.
Após a reforma dos fortes da Barra, fui conhecer o Forte de Santa Maria e São Diogo. Dois espaços que oferecem uma vista lindíssima da Baía de Todos os Santos. Além do Forte da Barra, o primeiro forte do Brasil, que possui um museu interessantíssimo sobre navegações portuguesa.
Mas pergunte-se: quando foi a última vez que eu fui ou levei minha família ao museu da minha cidade?
De passagem pela BA-001, vindo de Boipeba, fomos conhecer o Paço Municipal de Jaguaribe e o píer. E não perdemos a oportunidade de saborear uma moqueca de aratu no Bar da Angélica.
Após a reforma dos fortes da Barra, fui conhecer o Forte de Santa Maria e São Diogo. Dois espaços que oferecem uma vista lindíssima da Baía de Todos os Santos. Além do Forte da Barra, o primeiro forte do Brasil, que possui um museu interessantíssimo sobre navegações portuguesa.
Mas pergunte-se: quando foi a última vez que eu fui ou levei minha família ao museu da minha cidade?
Igreja e Convento do Santo Antônio do Paraguaçu
- Localização: São Francisco do Paraguaçu, Recôncavo Baiano.
- Relevância: Igreja e Convento de Santo Antônio do Paraguaçu, fundado em 1649, mas o projeto é de 1658, de autoria de Fr. Daniel de São Francisco. Este modelo logo se difundiria em Pernambuco e Paraíba, formando a Escola Franciscana de Arquitetura do Nordeste. Três elementos de origem indo-portuguesa parecem ter contribuído para a criação do primeiro partido arquitetônico genuinamente brasileiro: um grande cruzeiro, fachada inscrita em triângulo e laterais avarandadas.
- Estado de conservação: o mato cresce ao redor da construção e dificilmente encontramos o edifício aberto para visitação. A sensação é de abandono, mas o local pode ser visitado e tem uma vista linda para o Rio Paraguaçu.
Solar do Unhão
- Localização: Avenida Contorno, Salvador.
- Relevância: É um conjunto arquitetônico formado pelo solar, Capela de Nossa Senhora da Conceição, cais de desembarque, fonte, aqueduto, chafariz, armazéns e um alambique com tanques. Na ponte de acesso ao solar existem barras de azulejos de ornamentação barroca, produzidos em Lisboa, nos anos 1770 a 1780. O chafariz, originalmente alimentado pelo aqueduto, é uma peça barroca em arenito escuro, formado por uma carranca de onde jorra a água, e duas conchas superpostas. Depois de servir a ilustres personagens, funcionou como fábrica de rapé (1816-1926) e trapiche (1928), é adaptado, em 1962, para abrigar o Museu de Arte Popular da Bahia, segundo projeto de Lina Bo Bardi, sendo hoje as suas instalações ocupadas pelo Museu de Arte Moderna da Bahia.
- Estado de conservação: o museu está aberto ao público, o pier já não existe mais, o restaurante fechou, as apresentações de Jazz aos sábados, não são regulares e lutam para sobreviver. A área ajardinada e junto ao mar é fechada ao público, o terraço fecha justamente no horário em que o sol se põe e não há parada de ônibus próximo e o Museu não possui um site próprio.
Confira como é a Jazz no MAM.
Museu do Recôncavo Wanderley Pinho
- Localização: Caboto, Candeias.
- Relevância: Museu do Recôncavo Wanderley Pinho é um museu brasileiro localizado no distrito de Caboto, cidade de Candeias, estado da Bahia. O acervo é formado por mais de 200 peças produzidas desde o século XVII, como roupas, paramentos, pinturas, cerâmica, objetos decorativos e mobiliário. É considerado um dos poucos locais do Recôncavo baiano a ter sua arquitetura original preservada. Além disso, é considerado um dos raros exemplares de edifício desenvolvido em torno de dois pátios para os quais se voltam quartos, salas e alcovas. A casa-grande é tombada como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1944.
- Estado de conservação: as imagens falam por si. É lamentável o estado de conservação deste local. Em 2009, foi iniciado um processo de restauro orçado em R$ 9 milhões e parte da edifício começou a ruir antes da reforma.
Forte de São Marcelo
- Localização: Baía de Todos os Santos, Salvador.
- Relevância: Situada na Baía de Todos os Santos e construída sobre uma coroa de areia que havia no local, em 1623, durante o Governo-Geral de D. Diogo de Mendonça Furtado. Sobre o portal de entrada existe um escudo de armas do Império, mutilado após a Proclamação da República, em 1889, onde a coroa monárquica foi substituída por uma estrela de cinco pontas. Transformada, em 2006, no Centro Cultural Forte de São Marcelo, abriga um rico patrimônio cultural.
- Estado de conservação: Fechado para visitação em 2011, o lugar foi reformado com a promessa de que logo estaria reaberto. Apenas em novembro de 2016 o equipamento foi entregue, com certo alarde, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), após uma obra de restauro que durou dois anos e custou R$ 7,5 milhões. Na época, o órgão federal e a prefeitura anunciaram que “em breve” decidiriam o “uso cultural do bem”, mas até agora não há qualquer definição. ( Fonte: Jornal A Tarde)
Pergunte-se: quando foi a última vez que eu fui ou levei minha família ao museu da minha cidade?
Órgãos responsáveis em administrar o Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia
Criado em 1937, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é uma autarquia federal do Governo do Brasil, vinculada ao Ministério da Cultura, responsável pela preservação e divulgação do patrimônio material e imaterial do país. Tem a função de defender e favorecer os bens culturais do país proporcionando sua existência e usufruto para as gerações presentes e também futuras. Buscando a preservação dos tesouros da cultura nacional.
Contato: (71) 3266-0686/ (71) 3321-0133
Criado em 13 de setembro de 1967, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) é vinculado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, atuando de forma integrada e em articulação com a sociedade e os poderes públicos municipais, estaduais e federais, na salvaguarda e proteção de bens culturais tangíveis e intangíveis baianos e na política pública do patrimônio cultural na Bahia.
Contato: (71) 3117-6480
Contato: (71) 3117-6480
Diretoria de Museus (DIMUS) que tem como missão formular, promover e garantir a implementação de políticas públicas para o setor museológico, visando contribuir com a criação, a organização, o desenvolvimento e o fortalecimento das instituições museológicas do Estado da Bahia e de seus acervos, colocando-os a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento. Contato: (71) 3117-6443
A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) tem como missão formular e implementar, de forma articulada com a sociedade, políticas públicas que expressem a centralidade da cultura na transformação e no desenvolvimento social e valorizem a diversidade cultural da Bahia, nas suas dimensões simbólica, econômica e de cidadania, levando em consideração as particularidades dos 27 territórios culturais do Estado.
Contato: (71) 3103-3400
Contato: (71) 3103-3400
É muita gente pra cuidar de bens que estão abandonados, não é?
Histórico da Secretaria de Cultura da Bahia
Em 15 de julho de 1987, o então governador Waldir Pires criou pela primeira vez uma secretaria específica para gerir a cultura no Estado.
Em maio de 1991, a Secretaria de Cultura foi extinta pela reforma administrativa durante o governo Antonio Carlos Magalhães, através da Lei nº 6.074 de 22 de maio de 1991. No plano federal, o presidente Fernando Collor também desativou o Ministério da Cultura. Na Bahia, os antigos órgãos e atribuições da Secretaria foram incorporados pela Secretaria de Educação que passa a se chamar, de 1991 a 1994, Secretaria de Educação e Cultura.
Em 28 de dezembro de 2006, por solicitação do governador eleito Jaques Wagner e da equipe de transição de governo, a Secretaria de Cultura foi separada do Turismo.
Segundo o Site R7 de notícias, a situação dos museus no Brasil é a seguinte:
“O Brasil tem, segundo a plataforma Museus.org, 3788 museus, sendo 2324 públicos, e destes, 458 são federais. O Ibram, Instituto Brasileiro de Museus, é o órgão responsável por elaborar políticas públicas para todos os museus brasileiros. Mas também administra diretamente 30 museus, como o Museu Histórico Nacional e o Museu de Belas Artes, no Rio, o Museu Imperial, em Petrópolis, e o Museu da Inconfidência, em Minas. Em 2017, o orçamento do instituto foi de R$ 163 milhões. 95% foram executados, e na execução 96% foram para despesas obrigatórias, de pessoal e administrativa. Sobra portanto, muito pouco dinheiro tanto para a manutenção dos museus do Ibram, como para políticas públicas para outros museus públicos como o Nacional, administrado pela UFRJ.“
Sendo assim, podemos listar algumas medidas práticas que incentivam o verdadeiro usufruto dos bens culturais do Brasil:
- estar presente nas redes sociais e alimentá-las com regularidade;
- dedicar um dia da semana ao acesso gratuito da população;
- abrir os bens culturais aos finais de semana e feriados;
- receber exposições relevantes ao público de artistas renomados;
- promover a acessibilidade ao público com parada de ônibus próxima ou transfer gratuito;
- verificar a boa sinalização indicativa em rodovias e ruas das cidades;
- projetos que incentivam o morador a visitar os museus por um valor mais barato apresentando o comprovante de residência;
- uso do museu como espaço público destinado a apresentações artísticas ( dança, música, teatro, etc) e espaço para oficinas de artes e outras atividades;
- possuir um site completo e informativo com os dados atualizados ( telefone, email, endereço, horário de funcionamento, valores, etc);
- buscar apoio da inciativa privada.
Pergunte-se: quando foi a última vez que eu fui ou levei minha família ao museu da minha cidade?
Sim, talvez a população já tenha tornado “cinzas” a cultura em nosso país e o fogo só faz o resto do trabalho. Mas se você não é desses, rsrsrs, clique aqui:
Confira outros textos sobre o Patrimônio Artístico e Cultural do Brasil escritos para esta Blogagem Coletiva #lutomuseunacional :
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12 comentários em “Patrimônio Artístico e Cultural na Bahia – reflexão sobre o abandono”
É triste ver como o patrimônio cultural da nossa cidade está se acabando. Também assumo a culpa e espero que depois dessa tragédias as coisas melhorem. Parabéns pelo post.
Parabéns pelo post! É triste o abandono do patrimônio público e a incapacidade da população em obrigar as autoridades a reverter esse quadro. A sua lista de sugestões para uma melhor gestão e uso dos bens culturais é excelente! Sem dúvida a possibilidade de dia gratuito (e a sua divulgação) seria um incentivo para a inclusão e maior acesso da população.
Menina, dá uma pena ver tanto abandono, né? Lugares incríveis e super importantes para nossa história que mal podemos visitar. Tomara que sejam cuidados em breve!
Infelizmente os museus brasileiros são pouquíssimo valorizados por nossos governantes. Nós adoramos museus e procuramos visitar vários deles todos os anos. Já anotei suas dica.
Vaneza, tive até medo de ler este post, e pelo visto a situação é pior do que eu imaginava. Adoro a Bahia, "Terra de Todos os Santos", de povo hospitaleiro e feliz, que trata os turistas com um sorriso no rosto que dá gosto. O que falta para os políticos e os órgãos públicos enxergarem os tesouros que precisam de cuidados e atenção? Por enquanto não temos respostas, e que as labaredas do Museu Nacional façam a diferença e conscientizem todos de que precisamos de mudanças radicais no nosso país, principalmente em relação ao patrimônio público e cultural. Beijos.
Tem muita coisa boa ainda em pé e a ser visitada, porém existe muitas outras interessantes e jogadas as traças ( ou maquiadas de restauradas).
Vamos aproveitar o que ainda está de pé.
Beijos Gi!
Ótima reflexão Vaneza. Lamentavelmente a maioria das pessoas vê os museus como um local chato para ir. Uma mudança no comportamento das famílias é essencial para a valorização dos bens públicos.
Quando vi o título desse post, já senti uma pontadinha de tristeza no meu coração! É muito triste ver esse descaso e abandono com o patrimonio cultural do país e "ninguém" se importando!!! Espero que esse post sirva de reflexão para muitas outras pessoas!
Olha, boa reflexão, é triste ver o patrimônio histórico sendo maltratado desta forma. Nunca estive na Bahia (ou em qualquer lugar do nordeste ☹), mas certamente iria visitá-los, como eu sempre faço em minhas viagens. Aliás, adorei a tua lista!
Muito triste, mas infelizmente é a realidade, não só da Bahia, mas do Brasil!
E esse tipo de post é importante exatamente para tentarmos uma maior valorização do que ainda nos resta.
Verdadeira suas palavras, um descaso total com os museus que são fonte históricas de uma grande diversidade de culturas e muita história.
Adorei aprender um pouco sobre vários museus de Salvador e da Bahia! Realmente precisamos cuidar mais dos nosso patrimônio histórico riquíssimo!