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Vale do Pati, Bahia – Roteiro de três dias

Vale do Pati, Bahia – Roteiro de três dias

Escrito por Vaneza Narciso | Atualizado em:

Depois de preparar-se para o trekking mais bonito do Brasil, vamos ao roteiro de três dias que revela o básico do Vale do Pati, na Chapada Diamantina. As fotos não expressam a beleza do lugar e nem a sensação de contato com a natureza e superação de alguns desafios. A viagem começa em Salvador as 23h de quinta-feira com chegada em Lençóis as 5h da manhã de sexta. De Lençóis, partimos com o nosso guia, Márcio Ribeiro, até o estacionamento do Beco do Guiné.

Dia 1 | sexta-feira | Beco do Guiné, Mirante do Pati, Rampa e casa Dona Raquel

Ainda em Lençóis, tomamos café na barraquinha de Dona Rita, simpatia em pessoa. A barraquinha fica bem perto da ponte. Escovamos os dentes e trocamos de roupa no banheiro público que fica ao lado da Igreja. Estava limpinho, adequado ao uso. Saímos de Lençóis as 8h e chegamos no Guiné perto de 10h.

Entramos pelo Beco do Guiné as 10:30h e depois de uma subida bem íngreme, chegamos à trilha que atravessa o Rio Preto e mais adiante, avistamos os Gerais do Rio Preto. Este trajeto levou mais ou menos umas 2:30 h. 

deixando o povoado do Guiné para trás

povoado do Guiné

trilha em direção ao Rio Preto
o Rio Preto quase sem água

um dos morros que abraça o Vale do Pati
Caminhamos bastante observando a flora da região. Enquanto isso, o sol escaldante é amenizado pelo vento que tem passagem livre pelos campos no alto da chapada. Avançamos o caminho até chegarmos na recepção do Vale do Pati. E que recepção amigos!
a linda sempre viva

orquídea epstephium lucidum exemplo
orquídea epstephium lucidum

pau de mocó

Vale do Pati

A certeza de que a Bahia é impressionante e que o Criador não desaponta ninguém!

Depois de descansar e tirar muitas fotos, descemos a Rampa que de rampa não tem nada. É quase um rappel, rsrs. Já láááá embaixo, pro lado esquerdo vamos pra hospedagem da Igrejinha, seguindo direto, vamos pra casa de Dona Raquel. Este é o nosso destino. Subimos a ladeira do Mirante com o sol castigando e sem vento. Puro cansaço. Este trajeto levou mais ou menos 1:30h.
descida da Rampa

Quase colocando o bofe pra fora, descansamos um pouquinho e descemos em direção à casa de Dona Raquel. O ritmo é outro. Vamos conversando, tagarelando e observando aquele cenário incrível. E com a ajuda do psicológico, chegamos com certa rapidez. Este trajeto levou 1:30 h.

Morro do Castelo


A recepção de dona Raquel é maravilhosa. Ela nos ofereceu suco, café e biscoito. E o que mais desejávamos era um banho. E para nossa surpresa (desespero, rsrs) o banho era gelado, mas era o que precisávamos. Novinhos em folha, aguardamos ansiosos pela janta. E cá pra nós que janta, viu! Uma mesa farta de tudo do bom e do melhor, feito com amor. Cada um se serve do que lhe apetece. Na mesa, além da boa comida, um bom papo com outros viajantes. Nada de celular. É cara a cara, olho no olho. Vamos conhecendo pessoas diferentes e com histórias interessantes. Encontramos soteropolitanos, paulistas, mineiros, brasilienses e outros. Enfim, no Vale do Pati encontramos o Brasil. 
Hora de dormir, mas o céu não deixa. Que céu! Que quarto mil estrelas! E mais conversa, e mais histórias. Alguns veteranos no Pati, outros como nós, principiantes. Cada um com suas dores e seus roteiros.
Morro do Castelo – Guia e fotógrafo Márcio Ribeiro que nos acompanhou neste três dias

Dia 2 | sábado | Morro do Castelo, Cachoeira do Funis

E a gente dorme pensando no café da manhã, rsrs. Claro! Se a janta foi boa o café não vai desapontar, né? De barriga cheia vamos subir o Morro do Castelo e depois tomar um banho na Cachoeira do Funis. Neste roteiro de três dias pelo Vale do Pati é o único banho de cachoeira que teremos, por isso muito aguardado.
café da manhã nota mil!

A subida do Morro encontra-se bem pertinho da casa de Seu Agnaldo. É uma subida bem íngreme, mas bem íngreme mesmo. Leva-se o mínimo possível de coisas. Parte da trilha é mata fechada e faz muito calor. Às vezes, nos agarramos a raízes das árvores ou a pedras para prosseguirmos. Mas depois de muito suor, o esforço vale a pena.

na frente da casa de seu Agnaldo vi esta obra da natureza

a vista desde o primeiro mirante do Morro do Castelo

a casa do seu Wilson

entramos no Pati vindo lááá de trás

Cachoeira das Lajes ou Lajeado

Mas a trilha continua. Vamos adentrar a Gruta do Castelo. No escurinho, entre pedras, vamos nesta aventura e depois de uns 10 minutos chegamos ao mirante conhecido como Janela do Pati. É lindo demais! Seguimos para outro mirante, do lado leste, com vista para o Vale da Lapinha. É um mirante vertiginoso, e mais acima tem outro mais vertiginoso ainda.

Vale da Lapinha

Mirante da janela do Pati

Segundo Márcio, nosso guia, este mirante é melhor pois se ver o Vale da Lapinha sem nenhuma interferência de forma magnífica. Este trajeto levou aproximadamente 4h.

o esplêndido Vale do Lapinha

foto clássica na saída da Gruta do Castelo 

Aproveitamos ao máximo o tempo no Morro do Castelo e seguimos para a Cachoeira dos Funis. A descida é bem cansativa, é pior que a subida. Enfim, chegamos ao pé do Morro e seguimos pelo leito do rio. Pulando de pedra em pedra, cruzando o rio algumas vezes. A beleza do local é indescritível principalmente quando avistamos as samambaias que despencam pelos paredões. Avistamos uma primeira cachoeira e caminhando um pouco mais chegamos à Cachoeira do Funis. Este trajeto leva mais ou menos 2h.

Não é aquela queda d’água impressionante, mas eu acho que qualquer cachoeira na Chapada Diamantina é um verdadeiro oásis. Nadamos no poço e ficamos embaixo da queda d’água. Descansamos por um bom tempo e voltamos pra nossa hospedagem.

as samambaias nos paredões

Chegamos por volta das 16h na casa da Dona Raquel e pensando na …. janta! O banho é algo secundário, mas é a primeira coisa que fazemos ao chegar, pois a janta só sai as 19h. Depois de comer e beber e bater um papo com outros trilheiros, vamos olhar o céu de novo.

Dia 3 | domingo | Cachoeirão por cima, Gerais do Rio Preto, Mirante do Pati e Beco do Guiné

Dia de ir embora. Despedidas e até logo. A vontade de ficar era enorme. No caminho de volta planejamos quando retornar ao Pati para fazermos o restante da trilha.

João filho de Dona Raquel

Vamos nos despedindo do Vale do Pati que amanhece assim, com neblina

No retorno, passamos pela casa de Seu Agnaldo e depois pela do Seu Wilson numa subida bem puxada que proporciona lindas vistas do Vale do Pati que aos poucos deixamos pra trás. Foram pouquíssimos dias, mas foram intensos e bem vividos. Seguimos para o Cachoeirão pela trilha do Arrodeio e a cena agora é outra. Admiramos o Gerais do Rio Preto. Gerais são  áreas extensas, cobertas de vegetação rasteira e nos impressiona tamanha planície que para quebrar a monotonia, nos presenteia com flores variadas entre elas a marcetia taxifolia.

trilha do Arrodeio

as marcetia taxifolia


Caminhamos, caminhamos e caminhamos. Até nos depararmos com isto:
mirante do Cachoeirão

É interessante como o Cachoeirão não faz cerimônia para apresentar-se. Quando a trilha parece não ter fim, ele aparece. Se for época de chuvas, você vai precisar atravessar um rio antes de chegar ao mirante. Com água ou sem, o Cachoeirão é fantástico. Vertiginoso sempre. Com água formam-se dezenas de cachoeiras e a trilha por baixo fica mais empolgante.

Eu acho que a cereja do bolo no Vale do Pati é o mirante do Cachoeirão. Não há sombra para descanso no mirante e diante do calor que fazia, seguimos logo para o Beco do Guiné. Mas antes, nos despedimos do Vale do Pati passando mais uma vez no Mirante do Pati, com o coração cheio de alegria e a certeza de que nós baianos somos privilegiados de termos no coração do Estado um local de tamanha beleza. 

Retornamos num trote mais rápido, mas meu joelho sentiu muito. Doía pra caramba. Parei várias vezes para passar um massageol e não adiantou muito. Comecei a mancar e o guia enfaixou meu joelho e assim consegui descer até o Beco. Mas nada de tristeza ou choro. A dor muscular se transformava em superação e satisfação de ter conhecido o Vale do Pati. Três dias depois nem lembrava o que era dor.

O guia nos levou até Lençóis, mas antes o que eu mais desejava era um banho e foi na Pousada do Guiné que tomamos um belo banho, quente e maravilhoso que nos custou 7 reais por pessoa. Ainda na estrada, a natureza nos dizia que o passeio não tinha terminado e o sol descansava rápido e coloria o céu.  E pra completar teve cobra na estrada. Uma jararaca. 

Chegamos em Lençóis por volta das 19h, comemos uma pizza no restaurante indicado pelo guia e esperamos nosso ônibus das 22h na rodoviária de Lençóis.

É isso aí galera! O Vale do Pati dá para fazer em três dias, aproveitando um feriado na sexta e nem precisa pedir folga ao patrão se você não trabalha sábado e domingo.


Quer se preparar para o trekking do Vale do Pati? Clique aqui.

Confira alguns registros do nosso guia Márcio Ribeiro e o contato dele:

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1 comentário em “Vale do Pati, Bahia – Roteiro de três dias”

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